Trabalho em equipe - Estudo de caso.

Já tem um tempo que eu venho observando o pessoal que faz a roçagem do gramado do canteiro central da avenida que passa em frente ao apartamento onde moro - o que me chama a atenção não é só o ruído emitido pelas roçadeiras, mas o modo coordenado com que os operários conduzem o trabalho que executam.

Antes de iniciar a roçagem, o local é delimitado por cones de sinalização, após isso, quatro funcionários estendem uma proteção com telas de nylon em ambos os lados do canteiro central para evitar a projeção de partículas volantes como pedriscos, pedras ou cascalhos que pode entrar em contato com a lâmina da roçadeira e vir de alguma forma ferir os operários, transeuntes ou causar danos aos veículos que por ali circulam.

Os operadores das roçadeiras seguem sobre o canteiro executando seu trabalho sem a necessidade de outras preocupações e logo atrás uma equipe munida com sopradores de folhas, ancinhos e sacos plásticos, rastelam e recolhem todo o material resultante da roçagem. Ao final do trabalho os funcionários seguem para outro local não deixando nenhuma sujeira para trás. Não há sobrecarga de tarefas – cada funcionário tem um papel. Veja as fotos:

É muito bom vermos empresas cumprindo a legislação e fornecendo o Equipamento de Proteção Individual adequado ao trabalho que está sendo executado e que há um treinamento prévio dos funcionários para a utilização desses equipamentos. É bom saber também que medidas preventivas para evitar acidentes de trabalho são adotadas e postas em prática no dia-a-dia do trabalhador. Melhor ainda é saber, que por trás de todas estas medidas está um Técnico em Segurança do Trabalho orientando os funcionários da empresa e cumprindo a sua função como agente prevencionista.

Nota do editor:

"Não há nada tão bom que não possa ser melhorado", tomando como base essa frase vamos a algumas considerações:

O Técnico tem que antever e neutralizar qualquer possibilidade de acidente ou a chamada "cadeia de causalidade". Nem sempre um treinamento, mesmo que seja bem ministrado é suficiente para evitar acidentes de trabalho, pelo fato das pessoas sofrerem a ação do ambiente onde executam suas tarefas.

Neste caso em específico há vários ruídos interferindo no trabalho, como buzinas, motores barulhentos e trânsitos de pessoas que podem tirar a concentração daqueles que estão segurando a tela e que poderão em questão de segundos ficarem expostos a partículas volantes potencialmente perigosas.

Com relação a tela de nylon, eu acredito que é uma proteção suficiente e como podemos observar, existem nas extremidades dois varões rijos para estabilizá-la, além disso, o comprimento e a altura também me parecem bastante apropriados para colocá-la sobre apoio, porém, nas imagens acima os trabalhadores que seguram as telas estão expostos e podem ser atingidos por algum prego que esteja perdido pelo gramado e que pode entrar em contato com a lâmina da roçadeira. A recomendação é que fiquem sempre atrás e não ao lado da tela de proteção, como na foto abaixo.

Consideração final:

O fator positivo é que a orientação foi dada aos trabalhadores - o negativo é que alguns acabam descuidando da segurança e ficam expostos em determinados momentos.