O uso da internet traz conhecimento e proporciona muitos benefícios aos
usuários, porém há um dado muito preocupante que vem chamando a atenção. Na
mesma velocidade com que se criam páginas sobre os mais diversos assuntos,
cria-se também uma legião de usuários que procuram sites em busca de
diagnósticos e dicas sobre doenças ou até comprando medicamentos pela internet
sem receita médica.
Nós sabemos que quando há um problema de saúde, o melhor profissional para
tratar do assunto é um médico que investiga os sintomas através de exames e
receita medicamentos para o tratamento, portanto, é preocupante que pessoas se
abasteçam de informações em sites que por mais que estejam embasados na
literatura médica e farmacêutica, não são os locais mais apropriados para
diagnosticar ou tratar de uma doença. Existem muitos locais na internet que
prestam um bom serviço de utilidade pública, pois divulgam informações
relevantes, mas é importante que a pessoa que se utiliza de sites especializados
a procura de informações, busquem posteriormente a ajuda de um médico para
resolver o seu problema de saúde.
O medicamento sem receituário médico pode fazer mal a saúde, além de
comprometer anos de pesquisas, como é o caso do uso indiscriminado de
antibióticos, que pode fortalecer bactérias tornando o medicamento ineficaz.
Medicamentos à base de plantas medicinais, embora pareçam inofensivos por
trazerem o rótulo de produto natural, também podem causar mal a saúde se o
tratamento não tiver acompanhamento médico.
A intoxicação por medicamentos tem preocupado as autoridades de saúde que vêm
monitorando os casos que ocorrem, bem como combatendo os falsificadores de
medicamentos que atuam por todo país e que vez ou outra acabam por estourar em
algum escândalo.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA exerce um papel
importante na normatização, controle e fiscalização dos produtos, substâncias e
serviços de interesse para a saúde, conforme Art. 2º Inciso III da Lei nº
9.782/99 que criou a agência. Qualquer medicamento antes de ser comercializado,
tem que ser aprovado pela ANVISA, independentemente se o medicamento já exista
em outros países, aliás, a importação e exportação de medicamentos passam por
rígidos critérios.
A automedicação é cultural no Brasil o que leva o governo através do
Ministério da Saúde a fazer várias campanhas de alerta a população para os
perigos de tomar medicamentos sem acompanhamento profissional. Os inibidores de
apetite, por exemplo, muito procurado por mulheres que desejam perder peso
rapidamente, podem ser perigosos causando até dependência física e alterações no
comportamento se utilizados por muito tempo, por isso é necessário que haja
acompanhamento médico no tratamento para emagrecer. A utilização de medicamentos
não deve ter por base a indicação de parentes e amigos, pois um remédio que fez
bem a uma pessoa pode fazer mal a outra. A busca pela beleza através dos
medicamentos além do custo material pode custar também a vida. Não quer dizer
que todo o produto seja perigoso, o perigo é fazer tratamentos de saúde por
conta própria.
As caixinhas de medicamentos que as empresas possuem para resolver problemas
pontuais na saúde de seus funcionários, também devem ter a supervisão de um
médico. Há casos em que esses medicamentos além de não possuírem muito controle,
estão a cargo de pessoas que não têm habilidade ou preparação para ministrar o
medicamento e que nem sequer ficam atentas para a sua validade. Tomar
medicamento vencido além de não ter a eficácia garantida, pode prejudicar a
saúde, portanto, todo o cuidado em se tratando de medicamentos se faz
necessário.
Diagnosticar doenças e propor tratamentos são atos médicos e a empresa tem a
obrigação de implantar o PCMSO - Programa de Controle Médico de
Saúde Ocupacional. Veja o que diz a NR-7:
“7.1.1 Esta Norma Regulamentadora - NR
estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos
os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, com o objetivo de
promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores.”
Levar a sério a questão da saúde é importante, e procurar os meios adequados
para tratá-la é uma responsabilidade de cada um, pois não se joga com a saúde
nem tão pouco deve entregá-la nas mãos de aventureiros.
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