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Qualidade

 
  Por: Valdeci T. Ribeiro - Técnico em Segurança do Trabalho - 14/03/2010.  
 

Eu estava precisando comprar algumas camisas e fui até uma grande loja de departamentos que por sua vez é distribuidora exclusiva de várias marcas – comprar nessa loja é uma boa opção para mim, pois há uma grande variedade de produtos, bons preços e condições de pagamentos bem atraentes. Ultimamente tenho notado que essa loja foi invadida por produtos fabricados na China, mas não são marcas de origem chinesa e sim estrangeiras que terceirizaram o setor fabril em busca de preços mais competitivos no mercado.

 

Não é de hoje que os produtos chineses têm a fama de serem de baixa qualidade, isso não quer dizer que tudo que é fabricado por lá é ruim, no entanto, certos produtos são mal acabados. O que me deixa aborrecido é que ao pagar por uma mercadoria, no mínimo esperamos que ela tenha uma vida útil adequada ao tempo de uso.

 

No meu caso específico, eu comprei três camisas pólos e duas delas com pouquíssimo tempo de uso apresentaram defeito descosturando parte da manga. Após uma olhada cuidadosa nas camisas eu pude perceber que o arremate da costura fora mal feito e muito provavelmente às pressas pela costureira, o que reforça a desconfiança de que o ritmo de trabalho estafante por que passam os trabalhadores chineses pode ser verdadeiro. Há muito tempo organizações de direitos humanos reclamam do sistema de trabalho adotado na China, aonde pessoas, muitas delas vindas do interior do país trabalham feito robôs para alimentar as crescentes exportações chinesas.

 

Infelizmente não é a primeira vez que eu tenho problemas com produto chinês - comprei nessa mesma loja há pouco tempo atrás duas calças de moleton e uma delas descosturou uma das pernas, além da costura que fixa o elástico também estar se soltando. Seria muito pedir que cada peça de roupa seja vistoriada antes de ir para as “araras” da loja? É muito pedir que a empresa faça um controle mais rigoroso na linha de produção chinesa? Não tenho nenhuma estatística sobre esse tema, mas provavelmente existem reclamações semelhantes as minhas.

 

Ficar conhecido mundialmente por algo positivo é bom e temos alguns exemplos: Os ingleses são exaltados por sua pontualidade, os suíços pelos seus relógios, canivetes e indústria farmacêutica, os franceses pela gastronomia, perfumaria e alta costura, os italianos pelo design de automóveis, história e arquitetura, os japoneses pela eficiência, os alemães pela alta qualidade, os americanos pela liberdade, ciência e tecnologia, os canadenses pela discrição e finalmente os brasileiros pela simpatia e alegria. É lógico que os países citados acima possuem outros pontos tanto negativos quanto positivos – o que é preciso ressaltar é que existe uma imagem boa que normalmente fica associada ao povo do lugar e passa a fazer parte da identidade de cada país.

 

Para que uma marca se consolide no mercado demanda tempo e dinheiro, ganhar espaço através de uma produção massificada, de baixo custo e às custas do sofrimento de outras pessoas não me parece muito apropriado. Pior ainda é colocar esses produtos no mercado e depois de algum tempo de uso a roupa apresentar defeito, justamente quando você não tem mais como trocar. Quando nós criamos uma relação de confiança com um produto não preocupamos com muitos detalhes na hora da compra, somente com o tamanho, a cor etc. - depois dessa experiência terei mais cuidado e muito antes de provar a mercadoria, vou verificar se está bem feita, só depois coloco a mão na carteira.

 
     
  Leitura recomendada:  
  Prensa chinesa (vídeo)  
 
 
     
 
 
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