Há casos em que
os verdadeiros motivos que levaram o indivíduo a provocar ou
sofrer um acidente de trabalho passam despercebidos, e um deles
pode estar ligado ao assédio moral. Muitos trabalhadores são
discriminados na empresa sem que seus empregadores ou chefes
saibam, ou acabam sabendo, mas são coniventes. O assédio moral é
um mal que deve ser combatido inclusive com advertências e
dependendo da gravidade, é motivo de suspensão ou demissão dos
agressores. Uma brincadeira que começa “inocente” pode terminar
em sofrimento, provocar brigas, desavenças ou até resultar em
tragédia.
Um trabalhador
pode ser vítima de assédio moral porque é alta demais, baixa
demais, gorda, magra, porque fuma, bebe, usa óculos, pela
orientação sexual ou quando possui alguma dificuldade motora,
enfim, tudo é motivo para piadas de mau gosto que pode levar o
indivíduo a perder a concentração no que estiver fazendo e
provocar ou sofrer um acidente de trabalho. Um acidente ocorrido
nessas condições é difícil de determinar a causa porque a vítima
deixa de relatar o verdadeiro motivo por vergonha de se expor
temendo ser alvo de mais perseguições.
Uma das fases
da investigação do acidente de trabalho é a entrevista com os
envolvidos para tentar chegar aos motivos que antecederam o
evento e se o funcionário não mencionar o fato de que o assédio
moral teve participação decisiva no acidente, a investigação embora produza
resultados, não revela a causa principal.
O assédio moral
também pode vir através de alguma humilhação provocada por
patrões, gerentes e chefes contra seus subordinados, como
cobranças de favores sexuais em troca de promoção, ordens
difíceis de serem cumpridas, xingamentos e gritos, ou seja, é
uma verdadeira tortura para as vítimas que se sentem acuadas,
causando estresse e afetando o seu desempenho no trabalho.
Muitos
empregados têm vergonha da perseguição que sofrem e ocultam o
máximo possível a sua presença, para no mínimo tentar passar
incógnitos na empresa, imaginando assim estarem livres de
qualquer atenção que possam despertar. Se você ouvir falar que
fulano é “moita ou turista” fique atento, pode ser que ele não
seja um mau funcionário e queira tirar proveito de alguma
situação, mas esteja sofrendo com o assédio moral e acaba
utilizando a tática de desaparecer dentro da empresa para
preservar a sua integridade moral das agressões que sofre.
A iniciativa da
abordagem contra o assédio moral deve partir da empresa. A
empresa é a responsável pelo bem estar físico e mental de seus
empregados. Uma abordagem franca sobre esse tema ajudará no
resgate da dignidade e auto-estima daqueles que sofrem com as
agressões. As vítimas sentem-se mais seguras quando sabem que a
empresa condena essas atitudes.
Deixar de
combater o assédio moral também pode custar caro para a empresa
gerando processos trabalhistas ou reparação por dano moral.
A empresa é uma
comunidade de pessoas com direitos e obrigações e para funcionar
harmoniosamente, é necessário que todos estejam imbuídos em uma
convivência pacífica e de respeito. Viver com pessoas tão
diferentes e com comportamentos tão adversos por muito tempo
representa um desafio para qualquer indivíduo, e quando os
problemas aparecem o ambiente de trabalho pode ficar
insustentável.
Os
funcionários também devem fazer parte do combate ao assédio
moral denunciando os agressores. Desenvolver um trabalho sério
de conscientização sobre o assédio moral e suas consequências é
uma obrigação da empresa. |