
Há dias
venho pensando em escrever sobre esse tema – hoje finalmente tive
tempo e resolvi abordá-lo só para alertar aos colegas de como uma
palavra mal empregada pode ter um significado bem diferente daquilo
que pretendemos dizer ou escrever. Um exemplo são as palavras
‘restante e resto’ - Apesar de serem semelhantes, há ‘diferenças’
sutis entre ambas. Enquanto a primeira se refere ao outro a
segunda é mais ampla e praticamente define uma escória.
Quem utiliza a
palavra resto em algumas construções de frases em que poderia
facilmente substituí-la por outra menos desagradável,
morfologicamente não está errado, porém passa por deselegante e
certamente angaria algumas antipatias ou desafetos. As palavras
possuem o poder de agregar da mesma forma com que podem desagregar um
grupo, portanto, prestar atenção no que se escreve é muito
importante.
O ‘Resto’
quando é utilizado em certas frases fica muito antipático e causa
bastante desconforto para quem lê ou escuta alguém pronunciando essa
palavra. Eu sei que muitas pessoas não dizem ‘resto’, por exemplo,
na pior das intenções, mas sei também que uma boa parte utiliza essa
palavra na sua forma mais negativa. ‘Restante’ soa mais gentil, é
uma palavra mais amena e descreve o que queremos dizer sem sermos
agressivos. Eu prefiro utilizar ‘restante’ ao invés de ‘resto’
quando me refiro aos demais colegas de profissão.
Muitos
podem até não concordar comigo, mas a palavra ‘resto’ é muito feia
para determinadas situações. Isso é apenas uma opinião pessoal
sobre a forma de como eu vejo o emprego da língua portuguesa nas
mais diversas situações e não uma aula de Português. Eu não sou
linguista, mas sou um entusiasta do nosso idioma e procuro escrever
da melhor maneira, o que não me isenta de alguns erros, então, cabe
a cada pessoa achar qual é a melhor forma de se comunicar.
Você
que está lendo esse texto deve estar se perguntando, mas que raios
isso tem a ver com a Segurança do Trabalho? Eu explico:
A nossa
categoria profissional vem passando por alguns momentos importantes
e que pode significar muito para o futuro da profissão. Tenho lido
muitos comentários em Fóruns e comunidades sobre Segurança do
Trabalho, onde alguns Técnicos utilizam a palavra ‘o resto’ ao se
referir á outros colegas e muitas vezes como forma de
distanciamento, como se quisessem distinguir uma subcategoria de
profissionais - isso não me parece justo, uma vez que estamos unindo
a nossa categoria para resolvermos alguns problemas pontuais, tais
como: A criação do nosso
Conselho de Classe, a defesa dos
nossos interesses com relação ao
PPRA,
os reflexos da alteração do Quadro I da
NR-4
através da
Portaria 76 de 21/11/2008, a
importância da
Sindicalização, enfim, assuntos que estão muito em pauta
ultimamente.
Não
estou aqui fazendo juízo de valor, mas temos que observar as
palavras que utilizamos para expressar as nossas opiniões, para não
corrermos o risco de cair na mesma vala que os odiosos. A nossa
categoria é bem ‘grandinha’ para perdermos tempo tentando diminuir
uns aos outros. É necessário que todos os profissionais tenham um maior
comprometimento com o nosso idioma, afinal de contas os relatórios
que emitimos são ferramentas necessárias para o bom desempenho da
função.
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