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  História de acidentes.  
  Por: Valdeci Teófilo Ribeiro - Técnico em Segurança do Trabalho - 06/01/2010.  
 

Durante toda a minha vida profissional eu fui testemunha de vários acidentes de trabalho, na sua grande maioria com pouca gravidade. Antes de eu ser Técnico em Segurança dois acidentes me chamaram a atenção - em ambos os casos levaram as vítimas a óbito.

 

O primeiro acidente ocorreu em 1986 quando eu trabalhava no Departamento Pessoal de uma Destilaria de Álcool. O mais curioso é que na semana que antecedeu este acidente o funcionário me procurou e deixou sua carteira de trabalho para que eu fizesse algumas atualizações, porque recentemente ele tinha sido promovido a Tratorista e não queria, nas palavras dele, “ficar desprotegido se por caso ocorresse algum acidente”.

 

Numa sexta-feira eu cheguei para trabalhar e notei um clima estranho na empresa e ao passar pela portaria o Vigia da noite me comunicou: “fulano de tal sofreu um acidente e faleceu” – procurei saber dos detalhes e fui informado que ao tentar subir um barranco o trator virou sobre o funcionário. Testemunhas que foram ao local disseram que o volante do trator chegou a entortar quando bateu na cabeça do tratorista, além de causar esmagamento de tórax, enfim, foi uma morte trágica e vocês não queiram saber como é triste quando ocorre um acidente de trabalho desse tipo, sobretudo com pessoas que são do seu convívio diário. A consternação é total e o ambiente de trabalho fica péssimo, mas isso ainda é possível administrar, agora a vida da pessoa que se foi não tem como remediar.

 

Outro caso ocorreu nos anos 90 quando eu já estava em outra empresa ainda atuando no Departamento Pessoal, só que dessa vez como Encarregado.

 

Eu tinha ido a cidade vizinha buscar uma colega de trabalho para ir ao cinema, quando retornava pela rodovia passei em frente à empresa em que trabalhava e vi uma concentração de gente muito grande, até comentei com a minha colega: “Deve ter acontecido algum acidente grave” – acabei não parando o carro, pois não passou pela minha cabeça que pudesse ser com algum funcionário, até porque há um ponto de ônibus em frente da empresa que é utilizado por funcionários de várias firmas que tem por ali, já que essa região é um parque industrial.

 

Segui adiante, assisti ao filme e acabei me esquecendo do que tinha ocorrido - não me lembrei daquele episódio nem na volta quando eu tive que passar em frente ao local do acidente para deixar minha colega na cidade onde eu havia buscado. No outro dia quando eu cheguei para trabalhar encontrei aquele ambiente tétrico - todos com cara de poucos amigos. Obviamente que eu fiz uma brincadeirinha básica, perguntando o porquê daquelas caras e a resposta foi a seguinte: “Você não está sabendo? Fulano de tal morreu ontem à noite.” – foi aí que eu me lembrei da aglomeração de pessoas do dia anterior.

 

Como a empresa é muito grande eu não me recordava de todas as pessoas, principalmente do pessoal do turno da noite com quem eu tinha pouco contato. Imediatamente eu subi até a minha sala e fui verificar de quem se tratava – quando o acidente ganha um rosto fica ainda mais chocante.

 

Procurei saber de imediato como tinha acontecido e me relataram em detalhes, pois não teve só uma testemunha, mas dezenas delas. A história desse acidente foi no mínimo curiosa e eu digo isso porque ocorreu durante o expediente, só que no intervalo do jantar – como isso poderia ter ocorrido nesse horário? Bom, o acidentado tinha comprado uma moto de 125 cilindradas e estava vindo todos os dias para o trabalho com essa motocicleta, até aí tudo bem! Só que durante o intervalo da janta enquanto os outros funcionários ficavam em frente à empresa esperando o término do intervalo - ele saía com a moto para dar “umas bandas” pelo bairro vizinho.

 

Nesta empresa o estacionamento das motos é separado dos carros, próximo de uma movimentada rodovia e logo ao lado fica o ponto de ônibus onde a frequência para embarque e desembarque de passageiros é de 15 em 15 minutos. Quando o funcionário saiu com a moto, havia um ônibus parado tapando a sua visão, ao tentar atravessar a rodovia foi colhido por um veículo que muito provavelmente não respeitava o limite de velocidade.

 

A dedução lógica para esse trágico acidente foi simples, ao tentar atravessar uma rodovia nós verificamos se vem algum veículo em nossa direção, isso todos nós fazemos, inclusive a pessoa que sofreu o acidente, mas nesse caso o ônibus impedia a sua visão. Ao olhar se algum veículo estava vindo ele tinha como referência a parte de trás do ônibus, mas com o movimento de entrada e saída de passageiros, isso ficou comprometido e por uma fração de segundos o veículo que se envolveu no acidente poderia estar justamente passado ao lado do ônibus no instante que ele resolveu atravessar a rodovia.

 

O erro do funcionário foi não ter tido a cautela de verificar se era seguro passar por ali – talvez a confiança ou a pressa de ganhar alguns minutos fez com que ele atravessasse a rodovia sem maiores cuidados – esse erro custou-lhe a vida.

 

Esse acidente é peculiar e possui duas faces: A primeira é a imprudência do motoqueiro em tentar cruzar a rodovia com a moto passando pelo canteiro central - a segunda, nós também podemos caracterizar como imprudência do motorista, porque ao nos aproximarmos de ônibus parados em uma rodovia que haja duas pistas, devemos tomar a pista da esquerda e reduzir a velocidade, isso melhora a visão do motorista e aumenta a possibilidade de reação. Se nós procurarmos mais atentamente podemos verificar que há placas de sinalização de trânsito alertando para o perigo, além do mais, as paradas de ônibus ficam localizadas sempre do lado direito.

 

Cada acidente nos ensina algo precioso e este em específico fica a lição de que: “Por mais que você esteja atento ao perigo, ainda é pouco – se precisar checar a sua atitude mais de uma vez antes de qualquer procedimento perigoso, é melhor que faça.”

 

Na época esse caso não ficou caracterizado como acidente de trabalho pelo motivo do funcionário ter se ausentado da empresa sem autorização durante o expediente de trabalho.

 
 
 
     
 
 
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