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A Libélula

 
  Por: Valdeci Teófilo Ribeiro - Técnico em Segurança do Trabalho.  
 

Estava eu em pleno domingo assistindo ao meu programa de esportes favorito quando um barulho vindo da porta da sacada me chamou a atenção. Resolvi conferir o que era e acabei me deparando com uma Libélula que havia entrado no apartamento, porém não conseguia encontrar o local da saída.

 

Penalizado com a situação, resolvi auxiliar o inseto para que encontrasse o caminho por onde havia entrado e por fim a sua liberdade. Puxei a cortina oferecendo mais espaço, mas para a minha surpresa a Libélula se complicou e acabou entrando atrás do vidro onde ficou presa. Desesperada para sair daquele local e batendo as asas freneticamente a Libélula acabou por descer até a parte de alumínio onde o vidro é fixado, ficando mais presa ainda.

 

A minha atitude de imediato foi buscar alguma ferramenta para ajudar a Libélula a se livrar da confusão em que tinha se metido e o meu primeiro pensamento foi usar uma régua, pois era fina e podia perfeitamente entrar pelo vão da porta de vidro e suspender a Libélula até o local onde ela pudesse sair. Fui até o quarto, peguei uma régua e iniciei a minha primeira tentativa de livrar a Libélula. No começo pareceu funcionar, pois a Libélula já cansada subiu na régua e foi fácil conduzi-la até uma altura que fosse suficiente para resgatá-la. Assim que foi possível, puxei a porta para trazer a Libélula para mais perto da saída, mas infelizmente a Libélula recuperou as suas forças e começou a bater as asas e caiu no pior lugar onde ela não poderia ficar que era a parte estreita de alumínio que dá sustentação as lâminas de vidros da porta. Decepcionado, pensei em remover a porta, mas uma rápida olhada me fez descartar imediatamente a idéia, primeiro porque não havia tempo, segundo porque era impossível mesmo, aí pensei: “Tenho que improvisar”.

 

Comecei a me preocupar porque apesar de ser um simples inseto, eu não gostaria que ele morresse naquele local sabendo que eu poderia ajudá-lo. Pensei rapidamente e me lembrei que eu havia guardado um arame o qual utilizo para desentupir canos. Imediatamente fui até a despensa, desenrolei o arame, peguei um alicate e cortei um pedaço que fosse suficiente para alcançar a Libélula. Ao cortar o arame, a ponta ficou afiada e perigosamente cortante, então pensei que se usasse aquele pedaço de arame do jeito que estava, poderia machucar a Libélula no momento em que estivesse fazendo o resgate. Voltei ao quarto, peguei uma fita durex e isolei a extremidade do arame que iria ter contato direto com a Libélula, diminuindo assim o risco de feri-la.

 

Minha esposa quando viu em minhas mãos a rústica ferramenta, disse que eu iria estraçalhar a Libélula no momento que estivesse puxando-a para a saída. Isso realmente poderia acontecer, mas não havia tempo, pois quanto mais o inseto se debatia, mais ele corria o risco de perder uma das asas, aí, mesmo que eu conseguisse obter sucesso no resgate, de nada iria adiantar porque a Libélula não poderia mais voar.

 

Então peguei o arame, me posicionei de uma forma que pudesse vê-la e iniciei a operação suspendendo a Libélula com o maior cuidado possível, ao mesmo tempo em que isolava com o arame o local onde ela havia caído para impedir que caísse novamente e inviabilizasse o resgate.

 

O tempo corria contra mim e comecei a temer pelo insucesso da operação, mas mesmo que essa possibilidade pudesse existir, não desisti e continuei acreditando que seria possível. Suando bastante e já com as pernas doendo por me manter muito tempo na mesma posição, comecei enfim a ter sucesso. O planejamento e as decisões que eu tinha tomado rapidamente, foram fundamentais para o sucesso da operação e começaram a surtir efeito, e depois de algumas tentativas, finalmente consegui que o inseto se estabilizasse em um local de mais fácil acesso. Após essa fase, pude utilizar a minha primeira ferramenta que era a régua. Solicitei a ajuda de minha esposa para que puxasse a porta o máximo possível para que a Libélula tivesse mais espaço para se deslocar. E assim ocorreu: Primeiro a Libélula liberou a cabeça, em seguida as asas e finalmente voou meio zonza para fora da porta até a sacada, para em seguida se recuperar e alçar o seu vôo rumo à liberdade.

 

Aquilo me deixou feliz e orgulhoso, porque embora fosse um simples inseto, mereceu a minha atenção e eu não podia de modo algum ficar passivo ao seu sofrimento e nem tão pouco deixar de empreender uma tentativa de livrá-la da armadilha que tinha se metido. Eu sempre fui fascinado por elas e para quem não sabe, a Libélula é aquele inseto que parece um helicóptero e me faz lembrar os meus tempos de criança quando eu ficava tempo observando o comportamento delas e seus vôos acrobáticos sobre as águas.

 

A história que eu acabei de contar é verdadeira e mesmo que pareça banal e sem importância, teve um significado para mim e me fez pensar qual a lição que eu poderia tirar de tudo isso. O ensinamento que eu tirei é que até as pequenas ações são importantes, porque precisamos delas para promover ações maiores, por isso precisamos praticar as boas ações em todos os momentos de nossas vidas, começando com a nossa família, depois com nossos vizinhos dizendo pelo menos um bom dia, cedendo um lugar para um idoso, oferecendo uma preferência no trânsito, respeitando as filas, procurando entender os nossos colegas de trabalho e aceitar todas as diferenças incondicionalmente.

 

A Segurança do Trabalho como sabemos não permite improvisos e deve ser pautada pelas leis, normas e portarias que regem o setor, mas a moral da história aqui é outra - nós precisamos lançar mão de todas as ferramentas possíveis para preservar a vida e não desistir jamais de tentar, mesmo que algo pareça sem importância para uns, pode ter um valor enorme para outras pessoas. Não são todos os dias que estamos bem, mas se pensarmos positivamente desde as primeiras horas do dia e promovermos pelo menos um dia de gentilezas, pode ter certeza que teremos muito mais a comemorar do que para se arrepender no final de um dia duro de trabalho. Quem sabe não há uma Libélula na sua vida esperando por um gesto de boa vontade da sua parte. PENSE NISSO!

 
     
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