Técnicos das
empresas que operam a distribuição de sinais de TV a cabo
realizam instalações e reparos nas antenas receptoras no alto
dos edifícios - isso é comum e faz parte da rotina. É muito
comum também ver alguns desses Técnicos executando o trabalho
sem utilizar equipamentos de segurança. A sensação que eu tenho
quando vejo um trabalhador sem proteção é que o indivíduo não
recebeu as orientações necessárias relativos à segurança ou
esteja por conta própria abrindo mão de proteger-se.
Eu já fui
síndico e sempre tive a preocupação em saber dos detalhes da
operação que seria realizada no edifício e quais seriam os
riscos bem como as ações dos técnicos responsáveis pela execução
do trabalho para minimizá-los – isso era feito não só para
evitar que os acidentes acontecessem, mas uma medida preventiva
visando proteger o condomínio de uma provável
co-responsabilidade em caso de acidentes.
Outro fator
muito importante para empresas que executam trabalhos em altura
como pintura de fachadas, limpeza de janela, serviços de
manutenção na alvenaria do prédio ou instalação de
ar-condicionado, são as mudanças repentinas no tempo. Em países
da Europa e da América do Norte, as pessoas não saem de casa sem
consultar os boletins do tempo que ocupam grande parte dos
telejornais diários.
Muitas
empresas ainda não atentaram para este detalhe, mas conhecer as
condições climáticas pode fazer a diferença entre a vida ou a
morte do trabalhador. Um exemplo recente que nós podemos
destacar é o caso de dois trabalhadores que foram surpreendidos
pelo forte vento quando faziam a limpeza das janelas de um
grande edifício na cidade de São Paulo – isso foi documentado e
reprisado várias vezes pela televisão e por muito pouco não
aconteceu algo mais grave. Esse incidente causou um grande susto
nas pessoas pela força do vento que açoitava o andaime com
extrema violência, chegando inclusive a lançá-lo contra a
fachada do prédio. Sem ter o que fazer os operários apenas
aguardaram o desfecho dos acontecimentos - felizmente outros
funcionários do edifício conseguiram salvá-los puxando-os por
uma janela. O uso do cinto de segurança e uma boa ancoragem
foram fundamentais para manter a segurança dos operários que
apenas sofreram ferimentos leves.
(Clique
aqui e veja as imagens)
A maioria dos
edifícios não possui pontos de ancoragem definitivos, e naqueles
em que esses dispositivos estão disponíveis, poucos são
confiáveis, haja vista que a falta de manutenção e a baixa
resistência mecânica desses pontos são características comuns,
necessitando reforço na segurança antes de qualquer trabalho
realizado.
Nas regiões
centrais das grandes cidades onde há muita concentração de
prédios e costuma ventar bastante, eventualmente pode criar
entre os edifícios um corredor de vento que torna esse tipo de
trabalho ainda mais perigoso. Uma rajada forte de vento
atingindo uma pessoa que esteja sem o cinto de segurança é capaz
de derrubá-la de cima de um prédio, daí a necessidade do
equipamento de proteção ou a interrupção do trabalho quando este
oferecer risco, até porque, a NR-18 no subitem 18.18.4 diz que:
“É
proibida a realização de trabalho ou atividades em telhados ou
coberturas em caso de ocorrência de chuvas, ventos fortes ou
superfícies escorregadias.”
O trabalho em
altura deve ser programado com antecedência para evitar que o
tempo interfira e possa de alguma maneira por em risco a vida do
trabalhador. Entender o comportamento do vento na região e
consultar os boletins meteorológicos deve fazer parte da check
list das empresas que executam esse tipo de trabalho. As
previsões do tempo estão cada vez mais precisas e já é possível
saber com muita antecedência as mudanças climáticas em cada
região do país, inclusive a intensidade das chuvas e dos ventos.
Para ler a NR-18
na íntegra,
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