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Você tem algum problema em trabalhar sob supervisão?

 

- Não! Nenhum problema.

 

Você trabalharia sob o comando de uma mulher?

 

- Sim! As mulheres estão conquistando cada vez mais espaço, então, é natural que chefiem homens. Eu sou da geração em que estamos mais acostumados com essa situação. Portanto não vejo problemas em ser comandado por mulheres.

 

O começo da entrevista foi tranquilo e eu estava me saindo muito bem, mas não entendia o motivo da entrevistadora fazer tantas perguntas onde envolvia subordinação e de como eu poderia lidar com superiores em situações de estresse. Logo eu iria entender.

 

Eu recebi seu currículo através de um endereço de e-mail com um nome bem curioso, posso descrevê-lo até como exótico, confesso que hesitei muito em abrir o anexo, só o fiz porque possuímos excelentes softwares que protegem todo o nosso sistema. Porque você escolheu o nome de loko171 para enviar suas mensagens?

 

- Esse e-mail eu tenho desde os 13 anos de idade, nunca quis criar outro, todos os meus familiares e amigos recebem minhas mensagens por ele, é como se fosse uma marca registrada.

 

Porquê 171?

 

- Não sei exatamente, na época foi o nome sugerido pelo próprio site, mas tenho uma teoria.

 

Qual?

 

- Provavelmente já existiam 170 “lokos” antes de mim, e eu fui o de número 171.

 

Você não é louco?

 

- Não! De jeito nenhum.

 

A entrevistadora esboçou um sorriso, mas, sinceramente, tive um pressentimento de que a resposta não havia caído bem. Parece que o bendito endereço de e-mail não tinha agradado e eu nem havia me dado conta que um simples detalhe como esse pudesse me comprometer em uma entrevista de emprego.

 

Você disse que odeia chefes e detesta tarefas dadas por professores, por quê?

 

- Eu nunca disse isso.

 

Uma das formas de buscarmos informações sobre nossos futuros funcionários, disse ela, são as redes sociais e você faz parte de uma comunidade chamada: “Eu odeio meu chefe” e outra, “Não gosto das tarefas que meu professor me passa”. Você pode me explicar?

 

Eu gelei quando a entrevistadora citou essas comunidades, que, aliás, há muito tempo eu não visito, ou sequer posto alguma bobagem nelas. Nem sei porque eu participava de uma comunidade onde eu dizia odiar meu chefe, pois eu nunca havia tido um, estava tentando meu primeiro emprego, não tinha subsídio para avaliar a conduta de superiores hierárquicos em um trabalho, muito menos que odiava alguém, pior ainda, deixar registrado uma coisa que eu nem sentia.

 

Eu tenho 250 comunidades adicionadas ao meu perfil, nem sei por que tantas, mas estão lá, dos mais variados assuntos, desde o meu time de futebol preferido a comunidades com nomes estranhos como: “Eu já zoei um argentino”. Eu nem me lembrava dessas que foram citadas, certamente vou fazer um pente fino nessa relação de comunidades e eliminar as que possam me comprometer ou causar constrangimentos. As minhas chances estavam diminuindo a cada pergunta.

 

Um ex-professor, hoje vereador, dizia que a época mais tranquila para buscarmos um novo emprego é quando estamos empregados. Nós vamos totalmente despreocupados, emendava ele, sem pressão alguma, se conseguir uma proposta, ótimo, caso contrário é só retornar para bater o ponto no dia seguinte. Obviamente não era o meu caso, eu precisava daquele emprego. Sem experiência, no máximo eu iria bater ponto no SINE. Talvez a mensagem oculta que ele quisesse passar, era que deveríamos estar tranquilos, independente da situação, sei lá, pode ser isso!

 

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