<<< Página anterior -
Página atual (03) -
Próxima página >>>
Orientar o
funcionário para que suba somente em escadas adequadas, com
borracha nos pés para maior aderência, quando tiver a
necessidade de alcançar locais que estejam longe do alcance das
mãos, jamais improvisar, enfim, cuidados que minimizam os riscos
de um acidente doméstico. Se fizermos uma pesquisa nas
ocorrências do Corpo de Bombeiros de qualquer cidade, podemos
encontrar um número impressionante desse tipo de acidente,
principalmente envolvendo idosos.
Depois que eu me tornei
prevencionista a minha visão e os meus sentidos estão mais
aguçados, fiquei, inclusive, muito crítico para certas coisas, por um tempo
pensei que estava exigente demais. Felizmente isso não
estava acontecendo somente comigo, pois todos os colegas com
quem conversei tinham a mesma percepção. Com o tempo as coisas
devem se acalmar, mas por hora, estou muito ligado em tudo que
acontece de errado a minha volta.
Sem querer incomodar o
Jardineiro, mais do que já havia incomodado, me despedi e segui
até a recepção. Ao chegar fui muito bem atendido por uma
simpática recepcionista que já estava a minha espera e me pediu
para que aguardasse. Eu me acomodei em um sofá macio e fiquei
pensando no que responder para o entrevistador, afinal de contas
era a minha primeira entrevista como profissional formado e
mesmo com o estágio que já havia feito, me sentia, ainda,
inseguro para exercer a profissão, mas sabia que o
amadurecimento viria com o tempo.
15 minutos se passaram até que
a recepcionista me chamasse e me encaminhasse até a funcionária
encarregada do recrutamento e seleção de pessoal. Como já havia
preenchido uma ficha anteriormente, restava mesmo essa conversa
que seria decisiva para os meus planos de ingressar
definitivamente na tão sonhada carreira de Técnico em Segurança
do Trabalho. Para mim era a materialização de um sonho, muitos
meses haviam se passado e foram horas de estudos até que
chegasse aquele momento.
Uma coisa estava bastante
clara para mim, eu tinha me empenhado bastante no curso, meu
diploma contava com boas notas, havia explorado ao máximo os
meus professores, buscando extrair conhecimentos e ensinamentos
valiosos que certamente seriam úteis naquele dia, mas sabe como
é! Apesar de todo o meu esforço, ainda me batia a tal da
insegurança, não que eu seja uma pessoa insegura na verdadeira
acepção da palavra, mas a situação me impunha isso. Talvez o
medo do desconhecido cause isso nas pessoas e naturalmente a
responsabilidade da profissão também colaborava para que isso
ocorresse.
Eu tive a felicidade de ter
bons professores que me ensinaram que a chave do sucesso é o
conhecimento. Se eu quisesse progredir na vida, tinha que
estudar muito e procurar fazer os cursos certos e direcionados a
profissão que eu fosse exercer e isso foi fundamental para que
eu escolhesse cursos e especializações adicionais que só
agregaram valor ao meu currículo. Eu pude compreender, com as
dicas que me foram passadas, que nós não podemos desperdiçar o
nosso tempo, nem o nosso dinheiro, com cursos desnecessários que
não acrescentarão nada ao nosso desenvolvimento pessoal, então
procurei aplicar todos aqueles ensinamentos na prática, focando
em cursos importantes que fazem a diferença na busca por uma
vaga de emprego.
Caminhei por um corredor,
tendo ao meu lado a simpática recepcionista, que me perguntou:
- Então, está nervoso?
Respondi:
- Um pouco.
Não deu nem tempo para esticar
a conversa, pois assim que nos aproximamos, a porta foi aberta
pela recepcionista, que pediu para que eu me acomodasse em uma
das cadeiras que havia na sala.
Sentada atrás de uma mesa e
envolta por um pacote de papel, que pareciam ser fichas de
outros candidatos, estava a pessoa que aparentemente faria a
entrevista. Enquanto eu esperava, fiquei repassando na minha
cabeça algumas coisas que eu havia treinado para aquele momento,
como por exemplo: Permanecer calmo, não ficar com os braços
cruzados, estampar no rosto um olhar
confiante, ser espontâneo e natural, tomar cuidado para não
utilizar gírias, não dar respostas muito curtas ou longas demais
e não esquecer de desligar o celular. Essas dicas, dizem os
especialistas, causam uma boa impressão no entrevistador, mas
será que na hora eu iria me lembrar de tudo aquilo?
Bom, pelo
menos o celular eu já havia desligado assim que saí de casa, só
para garantir.
Finalmente a moça que estava
atrás daquela mesa ergueu a cabeça, olhou fixo para mim e deu um
sorriso. Parece brincadeira, mas aquilo me acalmou, pois eu já
estava com as mãos suando. Então ela disse:
- Vamos lá!
Eu me
levantei da cadeira em que estava sentado e me sentei em outra,
bem de frente da simpática entrevistadora. Engraçado, parecia
que todos naquela empresa tinham essa característica, aliás, uma
das grandes virtudes do ser humano é demonstrar simpatia no
trato com as pessoas, isso é importante porque “gentileza gera
gentileza”, está aí um ensinamento que eu vou levar comigo para
a vida toda. Como eu já estava mais tranquilo, respondi:
- Sim, claro!
<<< Página anterior -
Página atual (03) -
Próxima página >>>
|