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Acidente doméstico - Um dia no pronto socorro de um hospital

 
  Por: Valdeci Teófilo Ribeiro - Técnico em Segurança do Trabalho - 22/04/2010.  
 

O hospital está entre os lugares mais indesejados pelas pessoas, mas infelizmente algumas vezes é inevitável que freqüentemos esses locais – no meu caso, eu fui acompanhar a minha esposa que sofreu uma perda de consciência e caiu da própria altura, cortando o queixo e o lábio inferior. Casos como esses são situações em que não podemos abrir mão de um atendimento hospitalar, pois é necessário suturas em caso de cortes e exames para investigar os motivos que vieram a provocar o desmaio.

 

Uma semana antes desse episódio minha esposa já havia caído de uma cadeira enquanto limpava um armário no quarto – nessa ocasião fomos a um hospital ortopédico e após uma radiografia, não foi constatado fratura no pé, área mais atingida, mas por precaução o Ortopedista fez uma tala para evitar forçar a pisada - indicou também o uso de muletas e antiinflamatório, além do retorno após uma semana para avaliação. Exatamente no dia marcado para voltar ao Ortopedista minha esposa sofreu o desmaio que motivou a nossa ida ao hospital.

 

Enquanto aguardávamos, fiquei observando as pessoas que chegavam ao pronto socorro – se existe um local onde não há falta de clientes, pode apostar, esse lugar é um hospital. É incrível como o número de pessoas não diminui um segundo sequer - o PS de um hospital é movimentado o tempo todo.

 

Como não há o que fazer a não ser esperar pelo atendimento, acabamos por presenciar todas as ocorrências do dia e os dramas familiares daqueles que por um infortúnio da vida acabaram sendo vítima do acaso ou da própria imprudência.

 

Estar no Pronto Socorro de um hospital é ficar cara a cara com diversas situações de acidentes que ocorre com a população, como os acidentes domésticos, automobilísticos, de trabalho e daqueles que de tão absurdos, custamos acreditar que acontecem, veja alguns:

 

– Um dos casos que me chamou a atenção foi de uma moça que chegou com a cabeça toda enfaixada - o motivo: a porta traseira do carro bateu em sua cabeça enquanto ela punha as compras de supermercado no porta-malas. Esse acidente lhe custou cinco pontos na cabeça.

 

- Outro caso foi de um acidente de trabalho ocorrido com o filho do dono de uma serraria – como o atendimento estava demorando, eu aproveitei a oportunidade para conversar com o jovem – segundo o rapaz, ele estava fazendo um reparo quando uma das ferramentas caiu e bateu na sua sobrancelha esquerda, muito próximo ao olho, causando um pequeno corte que precisou de cinco pontos para suturar.

 

Procurei saber dos detalhes e de como a Segurança do Trabalho era tratada na empresa - embora tenha ocorrido o acidente, o rapaz disse que a empresa, que coincidentemente é de seu pai, fornece os equipamentos para a segurança de todos os empregados, inclusive a dele.

 

Assim como ocorre em quase todos os casos de acidente, a falta de uso do EPI agravou a situação – se o rapaz tivesse utilizando um capacete com aba frontal, por exemplo, a ferramenta que caiu poderia ter sido desviada para longe da sua cabeça evitando o ferimento - “Era apenas alguns minutos, achei que nada iria acontecer...”, ele disse – “Mas você poderia ter perdido o seu olho”, retruquei - ele balançou a cabeça afirmativamente.

 

- Presenciei também um outro caso de acidente de trabalho, só que este envolveu dois empregados de uma empresa da construção civil que despencaram de uma altura de sete metros enquanto trabalhavam sobre um andaime fachadeiro. Embora os acidentados estivessem conscientes e orientados, reclamavam de muita dor, esse acidente inclusive foi notícia na TV local onde eu pude constatar mais tarde pela reportagem a precariedade do andaime.

 

- Por fim, um menino todo arrebentado e ensangüentado gritava de dor bem do lado da maca onde minha esposa estava deitada – pelo relato da mãe que o acompanhava, o garoto estava brincando com seu skate juntamente com um colega e mesmo a rua sendo larga o suficiente para efetuarem as manobras, acabaram se chocando de frente. Pior foi ver que apesar da dor o menino só foi atendido quando vomitou - sintoma característico de alguém que pode ter sofrido um traumatismo craniano. Rapidamente os enfermeiros chegaram e tomaram conta da situação.

 

Descrever um dia no PS não é difícil, pois acompanhamos passo a passo não só o sofrimento e o lamento das pessoas, mas o diálogo travado entre os pacientes e os enfermeiros que tentam entender o que ocorreu para melhor encaminhar o atendimento. Uma das preocupações recorrentes na triagem do PS é saber se a pessoa bateu a cabeça, desmaiou, vomitou, que tipo de medicamento toma com frequência, se já teve episódios de desmaios anteriores, etc. O atendimento nem sempre é rápido, normalmente se espera muito, salvo aqueles casos gravíssimos em que a intervenção médica é fundamental para manter a vida do paciente – se o acidentado estiver orientado e sem grandes complicações, há um protocolo de atendimento que inclui um tempo de observação para só depois tomar as providências necessárias.

 

Voltando ao caso do acidente doméstico ocorrido com minha esposa, a esperança de ser um caso de rápida solução acabou com o passar do tempo – só para se ter uma idéia, nós chegamos ás 10 horas da manhã e somente 12 horas depois o médico indicou que seria necessário interná-la para melhor avaliar a situação, isso após ter sido feito radiografia do maxilar, ressonância magnética, tomografia computadorizada e eletrocardiograma.

 

Saldo final do acidente: Fratura do côndilo mandibular, perda do dente canino inferior esquerdo, sutura dos cortes e uma semana de internação. Depois da alta, dieta líquida e pastosa, suplemento alimentar até recuperar o poder de mastigação e fisioterapia como complemento do tratamento.

 

Especialistas envolvidos: Neurologista, Cardiologista, Buco Maxilo, Nutricionista, Fisioterapeuta e Dentista.

 

Diagnóstico final: Síncope.

 

Outras indicações: Utilização de um Router por 24hs, para monitorar as batidas do coração.

 

Às vezes o diagnóstico médico nos deixa frustrado – nesse caso ficou resumido em uma palavra: Síncope. Mesmo após os exames constatarem que estava tudo bem com sua saúde, não deixei de me sentir frustrado com o resultado - Por que isso ocorreu afinal de contas? Foi aí que surgiu uma possibilidade plausível – poderia ter havido uma interação de medicamentos, já que uma semana antes do desmaio ela utilizou um antiinflamatório fortíssimo para resolver o problema no pé. Apesar de ser uma das possibilidades, me agradou muito mais do que um nome técnico.

 

As conseqüências de um acidente seja ele de que natureza for, são inimagináveis e envolve muitos profissionais em torno de um único caso. Não é a toa que os acidentes custam caro ao país – são horas e horas perdidas.

 
 

Veja abaixo a cronologia das imagens

 
 

Pé machucado pela queda - Uma semana antes do desmaio.

 

Local onde bateu os dentes da arcada superior e o queixo.

 

Corte provocado pela queda, já suturado.

 
 

Clique nas imagens para ampliá-las

 
 

De certa forma esse episódio me rendeu um aprendizado importante, veja algumas dicas que eu elaborei para evitar acidentes domésticos:

 

  • Não colocar feltros nas cadeiras (as cadeiras normalmente são utilizadas como escadas para alcançar locais mais altos);

 

  • Utilizar tapetes antiderrapantes;

 

  • Usar sempre chinelos e tapete de borracha no banheiro;

 

  • Acender a luz antes de entrar em locais escuros;

 

  • Não deixar sapatos, sandálias e chinelos espalhados pela casa (isso evita tropeções durante a noite, quando normalmente levantamos para irmos ao banheiro ou para alguma eventualidade);

 

  • Não fazer gambiarras nas instalações elétricas (aliás, jamais mexer no quadro de luz ou tentar fazer reparações elétricas sem estar capacitado para isso – quando for realizar esses reparos, sempre desligar a chave geral ou quando existe um quadro de luz, desligar os locais onde está sendo feito o reparo – nunca ponha a mão em fios energizados.);

 

  • Organize o ambiente doméstico deixando corredores seguros para transitar com segurança;

 

  • Utilizar escadas adequadas para ascender lugares mais altos;

 

  • Não projetar o corpo para fora da janela ao limpar as vidraças.

 

  • Mantenha a saúde em dia, visitando o seu médico regularmente;

 

  • Tenha uma dieta saudável;

 

  • Pratique exercícios físicos procurando fortalecer os membros inferiores e superiores para ter mais firmeza nas tarefas domésticas.

 
     
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