|
Para quem não
sabe o significa a lei de Murphy, vou dar um exemplo clássico de
como ela funciona. Imagine-se em um supermercado lotado - você
com o carrinho cheio das compras do mês se dirige ao caixa e
escolhe a fila onde há menos pessoas e que aparentemente está
fluindo mais rapidamente – assim que você posiciona o carrinho
nessa fila, ela para. Pior ainda, a fila ao lado que era muito
maior começa a se desfazer – você que não é bobo nem nada pula
para a outra fila, mas sem nenhuma explicação a fila também
trava, e para te deixar com mais raiva, a fila em que você
estava anteriormente começa a andar.
Outro dia eu
fui ao banco efetuar alguns pagamentos já imaginando o que teria
de enfrentar – quando cheguei à agência não deu outra, a fila
estava quilométrica, mas como estou mudando de comportamento,
resolvi exercitar a minha paciência – fiquei tranqüilo e pensei
que aquilo era apenas uma fila e que
minha vez de usar o caixa eletrônico iria chegar, bastava
aguardar com calma. Como em um
passe de mágica a fila se dissipou - não foi num piscar de
olhos, porém no tempo adequado.
Antes de
escrever esse texto eu estava em um supermercado, lugar que eu
detesto, principalmente em um dia de sábado. Às vezes eu tenho a
impressão que as pessoas pensam ao mesmo tempo – por exemplo,
quando vou usar o elevador tem sempre alguém de outro andar que aperta o botão
primeiro. Quando o trânsito está congestionado, tenho a
impressão que todos tiveram a mesma idéia e resolveram sair de
casa no exato momento em que eu decidi sair. Quanto às compras
de supermercado, a sensação que fica é que as pessoas têm a
semana toda para fazer compras, mas resolvem ir ao supermercado
no mesmo instante que eu.
Pensar dessa
forma é permitir que a lei de Murphy governe a sua vida – no meu
caso, apesar do supermercado não fazer parte dos meus programas
favoritos, fui com muita tranqüilidade, enfrentei fila para
estacionar, fiz as compras e na
hora de pagar consegui um caixa com apenas uma pessoa na minha
frente. Deixei a vaga do estacionamento sem nenhum estresse e ao
chegar à rua uma pessoa segurou o trânsito com seu carro para
que eu pudesse sair. Ao chegar em casa ainda recebi mais uma
gentileza – um senhor permaneceu com a porta do elevador aberta
por cerca de três minutos para que eu pudesse subir com as
compras. Talvez se eu tivesse dado muita importância à lei de Murphy, nessas horas estaria reclamando do trânsito, do
estacionamento, do mercado lotado, da falta de educação das
pessoas, enfim, não faltariam motivos para me queixar.
A lei de Murphy
só afeta os apressadinhos – a melhor forma de não ser governado
por esta lei, é saber da sua existência, mas não dar importância
aos seus efeitos. Não é a toa que a paciência é uma virtude.
|
|