Essa é uma equação
que não fecha por uma série de razões e uma delas reside na
necessidade de agilizar o custo benefício da contratação onde poucas
empresas estão dispostas a despender muito do tempo e do dinheiro da
corporação em longos períodos de treinamentos, por esta razão
exigem-se experiências mínimas. As empresas quando iniciam um
processo seletivo estão mandando uma mensagem clara aos futuros
funcionários de quais são as necessidades da empresa e os
requisitos para a contratação. Em muitos casos os candidatos a uma
vaga de emprego não conseguem preencher os requisitos e acabam por
não conseguir o emprego. Este sistema de gestão prejudica os
candidatos recém-formados que não possuem experiências suficientes
em face das oportunidades que aparecem.
Como fazer então
para equilibrar essa conta em favor dos recém-formados?
Mesmo havendo um
piso salarial, quem acaba regulando o valor dos salários e ditando
as normas em algumas situações, é o próprio mercado de trabalho. Há
profissionais que não estão dispostos a receber um salário mais
baixo para trabalhar, mesmo não tendo experiência para ocupar o
posto de trabalho e isso acaba prejudicando o seu acesso ao primeiro
emprego. Por outro lado há empresários que se aproveitam dessas
situações para contratar Técnicos sem pagar o piso da categoria, se
utilizando do argumento da falta de experiência do recém-formado.
Essa é uma situação extremamente delicada e nos leva a fazer algumas
perguntas:
- Quais são os meus
interesses?
- Os meus
interesses pessoais estão acima de qualquer piso salarial?
- Eu abro mão de um
piso salarial em troca do primeiro registro em carteira somente para
ganhar experiência?
Cada um sabe onde o
calo aperta e por esta razão deve avaliar se deve ou não abrir mão
de um piso salarial definido pela categoria e aceitar qualquer
proposta independentemente do salário. Em que pese os interesses de
cada indivíduo, muitos aceitam esta condição, mesmo que isso
signifique ganhar menos o que de certa forma deprecia a categoria. A
decisão de cada trabalhador é pessoal e a necessidade acaba por
falar mais alto na hora de decidir. É perigoso jogar a profissão em
uma vala comum aceitando baixos salários, mas nestes casos o que
prevalece é a lei da oferta e da procura e a conta novamente não vai
fechar positivamente em favor dos Técnicos.
Não questiono quem
não aceita ganhar abaixo do piso, pois essa também é a minha
posição. Sou favorável que se cumpra o salário estipulado em
negociações trabalhistas e que estão acordados nas Convenções
Coletivas de Trabalho, pois eu entendo que somente com um salário
adequado, os profissionais Técnicos em Segurança do Trabalho
conseguem fazer jus as responsabilidades que pesam sobre os seus
ombros. Só para citar um exemplo, a Convenção Coletiva do
SINTESP – Sindicato dos Técnicos de Segurança do Trabalho no Estado de São
Paulo de 2008 na sua cláusula 12ª, prevê multa de 2% do salário
normativo que está previsto na cláusula 4ª, no caso de
descumprimento das cláusulas da Convenção, multa que será revertida
em favor da parte prejudicada. (Clique
aqui para ver a convenção do SINTESP, pg. 13, ref. Multas).
Certamente essa cláusula será aplicada se houver casos de abusos nas
contratações, isso protege o trabalhador do Estado de São Paulo e
faz valer os seus direitos. Precisamos de emprego, mas também
necessitamos de reconhecimento profissional que só vem através de
salários dignos que somente serão respeitados com o cumprimento
incondicional das Convenções Coletivas de Trabalho. Se a sua região
for atendida por um Sindicato e estiver acontecendo abusos dessa
natureza, procure a representação sindical da sua categoria e
denuncie.
A concorrência é
grande, cabe aos profissionais que desejam a sua vaga se prepararem
e oferecerem um diferencial ao mercado de trabalho, é isso que vai
determinar o sucesso ou o fracasso do candidato na procura pela vaga
de emprego. Se você deseja ganhar mais é bom que esteja alinhado com
o mercado de trabalho, procure estudar, somente com um up-grade na
carreira você agregará valor ao seu
currículo e consequentemente
valorização profissional. Não adianta fazer somente o
curso e sair a
“caça” de trabalho porque hoje o mercado exige muito do candidato e
se você oferecer o que o mercado procura, um bom salário é questão
de tempo.
Para saber se você
está devidamente preparado para o mercado de trabalho, faça uma
pergunta a si mesmo: “Se eu fosse um empresário eu me contrataria?”
Seja honesto na resposta, se por acaso pairar alguma dúvida e a
reposta for negativa, certamente você ainda não está maduro o
suficiente para enfrentar um processo seletivo, necessitando então
buscar mais aperfeiçoamentos e especializações para poder lutar em
igualdade de condições com outros candidatos.
Mas há a pergunta
que não quer calar: Como conseguir emprego sem experiência?
Como já foi
mencionado, fazer cursos de aperfeiçoamento e especializações dentro
da área de atuação ajuda o candidato, mas essas atitudes
isoladamente ainda não são suficientes e devem vir acompanhadas do
aumento do grau de escolaridade. Pessoas que estudam mais têm a
possibilidade de ganhar melhores salários, isso é fato, e não
podemos nos esquecer dos cursos de idiomas que aumentam
substancialmente as chances de conseguir bons empregos sobre tudo
naquelas empresas que possuem comércio exterior e podemos citar aí o
setor Petroleiro que está em grande expansão no Brasil devido às
descobertas de petróleo e gás na camada pré-sal. Aliás, o setor de
Petróleo e Gás oferece oportunidades para Técnicos em Segurança para
trabalharem embarcados em plataformas de perfuração no regime
OFFSHORE e ONSHORE e exige dos candidatos o domínio do idioma Inglês
pelo menos no nível intermediário, o que faz do aprendizado de
idiomas uma necessidade para o profissional nos dias atuais.
Qualificar é a
palavra de ordem, saiba pontuar as suas deficiências profissionais e
direcione os cursos certos para atender essas carências. Bons cursos
podem suprimir a necessidade de experiência exigida pelas empresas,
portanto a escolha é uma questão de objetividade, não desperdice o
seu tempo e nem o seu dinheiro fazendo cursos que não acrescentarão
nada ao seu currículo.
Lembre-se:
Desistir na
primeira tentativa é duvidar da própria capacidade de
perseverar.
Não deixe a primeira porta que foi fechada selar o seu destino no
mercado de trabalho, procure bater em todas as portas até que uma se
abra e lhe dê a grande chance. |