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Há um tempo
atrás minha televisão deu mostras de que estava cansada e pifou. Como é um aparelho que eu ainda considero moderno, pois a época
que compramos era top de linha, achei por bem mandá-la para o
conserto. Depois de quase um mês o aparelho retornou e
aparentemente estava perfeito, também pudera, paguei quase o
preço de uma televisão pequena para consertá-la, mas valia a
pena, tendo em vista que o televisor poderia render boas horas
de diversão antes que pifasse novamente. O único pacto que eu
fiz comigo mesmo é que se desse problema de novo eu não
consertaria uma segunda vez.
No início o
velho televisor, que não era tão velho assim, estava com a
imagem perfeita, parecia novo de novo, mas foi só impressão. Três meses
após o conserto o aparelho começou a dar problemas e quando isso
começa a acontecer é melhor nem se estressar e partir logo para
um aparelho novo. Nesses casos não vale a pena recorrer nem a garantia dada
pelo técnico, é aborrecimento na certa.
Engraçado, os
objetos de hoje parecem ser feitos para não durar muito tempo. Em qualquer manual do usuário é possível ver a quantidade de horas
de vida útil de um aparelho eletrônico, notadamente os
televisores modernos. Por que será? Às vezes eu me pego fazendo essa
pergunta. Eu até acredito que os fabricantes façam isso de
propósito – eles sabem que precisam manter o cliente sempre
comprando, por isso há tantas novidades no mercado. Um aparelho
eletrônico fica desatualizado muito rapidamente, posso dizer até
que de 6 em 6 meses há sempre alguma novidade nas lojas. Vejam,
por exemplo, o caso da indústria automobilística que lançam
modelos para o ano seguinte mesmo tendo nas lojas carros zero
quilômetros. É possível, inclusive, encontrar veículos do mesmo
modelo e marca lado a lado, sendo um zero quilômetro e outro
mais novo ainda.
O apelo para o
consumo é cada vez maior, basta comprar um jornal de domingo e
verificar que ele está recheado de encartes de diversas lojas
com os mais variados produtos e prestações a perder de vista. Eu
particularmente não me deixo levar por esse massacre midiático
em torno do consumo, entretanto, confesso que é bastante
tentador.
Será que a
nossa vida está se resumindo em trabalhar,
comprar e
acumular?
Já tem um tempo
que eu venho conversando com minha esposa e pesquisando na
internet qual televisor seria o mais indicado para substituir o
antigo. Pesquisei em sites especializados, conversei com pessoas
que já tinham adquirido um aparelho novo, enfim, fiz a lição de
casa, de forma que eu já estava preparado para comprar um novo
televisor quando fosse necessário.
Só para ter uma
ideia, eu pesquisei não só o preço de cada modelo e marca, mas a
tecnologia que cada aparelho oferecia. É tanta novidade que
deixa o comprador maluco na hora da escolha. Vi os prós e
contras entre as TVs de Plasma, LCD e LED e todos os recursos
que cada uma delas pode oferecer. Depois de muito pesquisar
resolvi optar pela LCD, porém, como a última palavra é sempre da
patroa, acabamos levando a novidade LED pra casa. Estou
satisfeito, no entanto, já andei lendo sobre a TV 3D que a Sony
está lançando e o bichinho do consumo começou a coçar. Quando
vou adquirir um aparelho assim eu não sei, mas que é tentador
ter uma TV com esse pacote de tecnologia na sala, com certeza é.
Parece que a
tecnologia nunca satisfaz o usuário. O aparelho de telefone
celular, em especial os smartphones, é hoje um dos maiores objetos do desejo das pessoas,
especialmente os jovens. Nem precisa ser esperto para perceber
que a indústria sempre está lançando alguma novidade – funções
mais aperfeiçoadas são incorporadas aos aparelhos de
celular a cada novo lançamento, deixando ultrapassado o modelo
que você adquiriu recentemente.
Muitas pessoas
não se importam com a publicidade agressiva em torno das
novidades e não se deixam levar por qualquer coisa, mas há os
aficionados em tecnologia que nutrem uma vontade desesperada
de estarem atualizados com o progresso tecnológico e acabam
comprando um novo lançamento sem pestanejar.
Seria a
tecnologia uma espécie de droga?
A julgar pelo papel de
dependência que a tecnologia causa nas pessoas eu poderia dizer que sim – a
tecnologia é a droga do século 21. Outro dia eu estava lendo em
um jornal de grande circulação sobre uma garota que passava 12
horas por dia twitando. Imagine você, uma pessoa jovem que
poderia fazer um monte de outras coisas no mundo real,
desperdiçando a sua vida em frente ao computador mandando
mensagens atrás de mensagens, muitas vezes completamente sem
nexo, durante 12 horas por dia, todos os dias da semana.
Uma coisa
completa a outra
O salto
tecnológico pelo que passamos em tão curto período de tempo nos
obriga queiramos ou não a comprar algum eletrônico novo, pois se
insistirmos com o antigo ficaremos para trás. Existe sempre a
possibilidade de não tirarmos todo o potencial de um equipamento
se este não for compatível ou não tiver uma tecnologia
suplementar. Um exemplo clássico é a TV digital. Como é
que eu vou
ter todas as maravilhas da TV digital na minha casa utilizando
uma TV que recebe sinal analógico? Compre um conversor. E se eu
não comprar? Sem problemas, até 2016 está garantida a geração do
sinal analógico, depois não tem jeito, ou você compra uma TV com
conversor integrado ou compra um conversor à parte, porque
estará disponível somente o sinal digital.
Quem compra uma
TV LED HD, como foi o meu caso, não necessitará de um conversor
digital, pois este já vem embutido nos modelos novos, mas pode
pensar em aposentar o DVD, porque a onda agora é o Blue Ray. Quem sabe até comprar um home theater para tirar
maior proveito do som, ou seja, você nunca terá a última novidade em casa,
por isso, é melhor dominar esse monstro do consumo que habita o
nosso interior e fazer a troca dos equipamentos somente quando
eles não servirem mais ou comprar somente o que for adequado
para a sua casa. |
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